Rita de Cássia dos Reis Moura
Fisioterapeuta - Unifesp
Fisioterapeuta - Unifesp
Palestra apresentada no I Simpósio Paulista de Saúde do Músico
Realizado na Unesp - outubro de 2011
Realizado na Unesp - outubro de 2011
Etiologia:
perto da quarta década de vida, músicos clássicos solistas (51%),
predomíno no gênero masculino 3:1
Cordas: mms uni ou bilateral das mãos
Sopros: mms perioral ou língua – distonia de embocadura.
Piano (28%), sopros (26%), violão (20%), metais (11%).
Lateralidade: destreza do instrumento – direita dos violonistas e pianistas,
esquerda dos instrumentistas de cordas.
Distonia tratamento demanda esforço para ser direcionado;
Aspectos individuais: psicológicos, circunstâncias profissionais (dificuldade,
tempo, pressão na recuperação para prazos fixados, risco de perda de
posição/prestígio) - decisão terapêutica;
Requer atenção individual;
Expectativa do paciente – recuperação total;
Recuperação depende de inúmeros fatores: tempo de instalação da distonia,
qual atitude tomada imeditamente após percepção de sintomas, disciplina e
adesão ao tratamento;
Tratamento multidisciplinar: médicos, professor de música, fisioterapeuta,
terapeuta ocupacional, psicólogos, fonoaudiólogos, entre outros.
Sintomas
Descontrole dos movimentos durante à execução;
Lentidão nos dedos;
Tensão e rigidez na mão e antebraço;
Debilidade na mão;
Tremor digital;
Dor
Distonia na Embocadura
14% das distonias
Musculatura perioral, língua e face
Sintomas:
O controle da afinação - os sintomas aparecem 83% em região
específica de algumas notas.
Tremor, desvio lateral, protusão de um ou dos dois lábios, elevação
unilateral da comissura labial e protusão mandibular.
Alguns músicos - os mms iniciam músculos da embocadura iniciam a
contração antes da boquilha entrar em contato com os lábios, também
experimentam contrações da musculatura de pescoço movendo sua
cabeça para frente e para trás que deram moviemtnos violentos dos
lábios contra a boquilha com perigo de lesionar os lábios, e a língua fica
praticamente grudada ao palato quando tenta emitir o som etc…
Tratamento
Princípios gerais - combinam buscando obter resultados;
Várias técnicas - buscam cumprir esta finalidade;
Definir linhas de tratamento:
Intervenção farmacológica
Equipe multidisciplinar (fisioterapeuta, neurologista, professores,
psicólogos, etc.)
Re-treinamento pedagógico: orientar e corrigir o aparecimento de
movimentos distônicos e compensatórios.
Início do tratamento precoce: não agravamento da doença, mais
jovens, evitar transtornos psicológicos - são preditores de resultados
favoráveis.
Tratamentos Adjuntos
Desensibilizacão: Repouso, relaxamento e consciência do grau de tensão;
Re-educação sensorial – restabelecimento da aferência
sensório-proprioceptiva e informação cutânea (descriminação sensorial);
Acupuntura: relaxamento e equilíbrio de tensão muscular;
Re-treinamento – reprogramação motora/ controle motor;
Ergonômico – modificação de movimentos e dos instrumentos, se
necessário;
Órteses – splints, luvas - restrição de movimentos indesejados;
Técnicas de relaxamento e consciência corporal: Yoga, Feldenkrais, entre
outras;
Psicológico
Fisioterapia e Terapia Ocupacional
Desensibilizações;
Splints;
Termoterapia
Adaptações: posição no instrumentos;
Estimulações elétricas, biofeedback;
Exercícios: Alongamentos e fortalecimentos;
Re-programação motora;
Ações preventivas.
Prevenção
Não realizar: Prática do instrumento de forma irregular, com períodos de alta
exigência e intensidade;
Desnecessária mudança de instrumento ou técnica;
Grande e novo repertório ao mesmo tempo;
Desvinculada atividade hand-over;
Paradas regulares durante o estudo;
Tempo razoável de estudo;
Utilizar força sem perder flexibilidade do corpo e condicionamento;
Exercícios de aquecimento e gradualmente aumentar a intensidade e
duração no estudo;
Controlar ou minimizar ansiedade e estresse emocional, em momentos de
apresentação.
Tipo de vida, fatores psicosociais e emocionais cuidadosamente abordados,
se necessário.
Fatores Preventivos: Interpretação livre, liberdade de expressão,
improvisação, músicos amadores, tocar sem pressões.
Atletas x Músicos
Própria limitação física;
Condição de seu corpo;
Atenção e prevenção de lesões por super-uso.
Conclusão
Tratamento de baseia em múltiplas estratégias, ainda que não se tem
definido uma forma de terapia específica;
Existem princípios gerais, que se combinam buscando a melhora de
sintomas;
Enfoque interdisciplinar, podendo incluir intervenções famacológicas, técnica
de reprogramação motora, apoio emocional entre outras;
Identificar mecanismos do desenvolvimento de distonia em músicos;
Diálogo entre profissionais da saúde, professores, e músicos no intuito de
implementar o tratamento;
Prevenção primária – bom prognóstico
Expectativa
Que todos nós envolvidos nesse processo
(professores, alunos, músicos profissionais e
profissionais da área de saúde) aprendamos
com nossas experiências e possamos garantir
saúde e longevidade profissional.
E-mail: ritac.moura@uol.com.br
Bibliografia
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los músicos, Neurologia, 2011 vol 26.
¨ Butler C, Rosenkranz K, Focal hand Dystonia affecting musicians. Part II,
The British Journal of hand therapy, 2006 vol II.
¨ Altenmüller E et col; Behavioral retraining in focal dystonia:nResults of a
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¨ June T. Spector, Leonie Enders, Eckart Altenmuller, Alexander Schmidt,
Christine Klein, and Hans-Christian Jabusch;
Musician’s dystonia and comorbid anxiety: Two sides of one coin?
¨ André Lee, Mareike Chadde, Floris T. van Vugt, and Eckart Altenmuller;
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http://www.mayoclinic.com/health/dystonia/DS00684/DSECTION=treatment
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