segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Tratamento Distonia Focal dos Músicos

Rita de Cássia dos Reis Moura
Fisioterapeuta - Unifesp
Palestra apresentada no I Simpósio Paulista de Saúde do Músico
Realizado na Unesp - outubro de 2011

Etiologia:
perto da quarta década de vida, músicos clássicos solistas (51%),
predomíno no gênero masculino 3:1

Cordas: mms uni ou bilateral das mãos
Sopros: mms perioral ou língua – distonia de embocadura.
Piano (28%), sopros (26%), violão (20%), metais (11%).
Lateralidade: destreza do instrumento – direita dos violonistas e pianistas,
esquerda dos instrumentistas de cordas.

Distonia tratamento demanda esforço para ser direcionado;
Aspectos individuais: psicológicos, circunstâncias profissionais (dificuldade,
tempo, pressão na recuperação para prazos fixados, risco de perda de
posição/prestígio) - decisão terapêutica;
Requer atenção individual;
Expectativa do paciente – recuperação total;
Recuperação depende de inúmeros fatores: tempo de instalação da distonia,
qual atitude tomada imeditamente após percepção de sintomas, disciplina e
adesão ao tratamento;

Tratamento multidisciplinar: médicos, professor de música, fisioterapeuta,
terapeuta ocupacional, psicólogos, fonoaudiólogos, entre outros.
Sintomas
Descontrole dos movimentos durante à execução;
Lentidão nos dedos;
Tensão e rigidez na mão e antebraço;
Debilidade na mão;
Tremor digital;
Dor

Distonia na Embocadura
14% das distonias
Musculatura perioral, língua e face
Sintomas:
O controle da afinação - os sintomas aparecem 83% em região
específica de algumas notas.
Tremor, desvio lateral, protusão de um ou dos dois lábios, elevação
unilateral da comissura labial e protusão mandibular.
Alguns músicos - os mms iniciam músculos da embocadura iniciam a
contração antes da boquilha entrar em contato com os lábios, também
experimentam contrações da musculatura de pescoço movendo sua
cabeça para frente e para trás que deram moviemtnos violentos dos
lábios contra a boquilha com perigo de lesionar os lábios, e a língua fica
praticamente grudada ao palato quando tenta emitir o som etc…

Tratamento
Princípios gerais - combinam buscando obter resultados;
Várias técnicas - buscam cumprir esta finalidade;
Definir linhas de tratamento:
Intervenção farmacológica
Equipe multidisciplinar (fisioterapeuta, neurologista, professores,
psicólogos, etc.)
Re-treinamento pedagógico: orientar e corrigir o aparecimento de
movimentos distônicos e compensatórios.
Início do tratamento precoce: não agravamento da doença, mais
jovens, evitar transtornos psicológicos - são preditores de resultados
favoráveis.

Tratamentos Adjuntos
Desensibilizacão: Repouso, relaxamento e consciência do grau de tensão;
Re-educação sensorial – restabelecimento da aferência
sensório-proprioceptiva e informação cutânea (descriminação sensorial);
Acupuntura: relaxamento e equilíbrio de tensão muscular;
Re-treinamento – reprogramação motora/ controle motor;
Ergonômico – modificação de movimentos e dos instrumentos, se
necessário;
Órteses – splints, luvas - restrição de movimentos indesejados;
Técnicas de relaxamento e consciência corporal: Yoga, Feldenkrais, entre
outras;
Psicológico

Fisioterapia e Terapia Ocupacional
Desensibilizações;
Splints;
Termoterapia
Adaptações: posição no instrumentos;
Estimulações elétricas, biofeedback;
Exercícios: Alongamentos e fortalecimentos;
Re-programação motora;
Ações preventivas.

Prevenção
Não realizar: Prática do instrumento de forma irregular, com períodos de alta
exigência e intensidade;
Desnecessária mudança de instrumento ou técnica;
Grande e novo repertório ao mesmo tempo;
Desvinculada atividade hand-over;
Paradas regulares durante o estudo;
Tempo razoável de estudo;
Utilizar força sem perder flexibilidade do corpo e condicionamento;
Exercícios de aquecimento e gradualmente aumentar a intensidade e
duração no estudo;
Controlar ou minimizar ansiedade e estresse emocional, em momentos de
apresentação.
Tipo de vida, fatores psicosociais e emocionais cuidadosamente abordados,
se necessário.
Fatores Preventivos: Interpretação livre, liberdade de expressão,
improvisação, músicos amadores, tocar sem pressões.
Atletas x Músicos
Própria limitação física;
Condição de seu corpo;
Atenção e prevenção de lesões por super-uso.

Conclusão
Tratamento de baseia em múltiplas estratégias, ainda que não se tem
definido uma forma de terapia específica;
Existem princípios gerais, que se combinam buscando a melhora de
sintomas;
Enfoque interdisciplinar, podendo incluir intervenções famacológicas, técnica
de reprogramação motora, apoio emocional entre outras;
Identificar mecanismos do desenvolvimento de distonia em músicos;
Diálogo entre profissionais da saúde, professores, e músicos no intuito de
implementar o tratamento;
Prevenção primária – bom prognóstico

Expectativa
Que todos nós envolvidos nesse processo
(professores, alunos, músicos profissionais e
profissionais da área de saúde) aprendamos
com nossas experiências e possamos garantir
saúde e longevidade profissional.
E-mail: ritac.moura@uol.com.br

Bibliografia
¨ Arámguiz R, Chana-Cuevas P, Albuquerque D, León M, Distonia focales en
los músicos, Neurologia, 2011 vol 26.
¨ Butler C, Rosenkranz K, Focal hand Dystonia affecting musicians. Part II,
The British Journal of hand therapy, 2006 vol II.
¨ Altenmüller E et col; Behavioral retraining in focal dystonia:nResults of a
long-term follow up in 72 pianists, ISPS, 2011
¨ June T. Spector, Leonie Enders, Eckart Altenmuller, Alexander Schmidt,
Christine Klein, and Hans-Christian Jabusch;
Musician’s dystonia and comorbid anxiety: Two sides of one coin?
¨ André Lee, Mareike Chadde, Floris T. van Vugt, and Eckart Altenmuller;
Phenomenology of dystonic and task-specific tremor in musicians: A
descriptive study.
¨ Clinica Mayo suporte:
http://www.mayoclinic.com/health/dystonia/DS00684/DSECTION=treatment
s%2Dand%2Ddrugs

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Agradecimento


Rita Moura e Gaziela Bortz

Queremos, agradecer ao diretor do Instituto de Artes da Unesp - Marco Pupo Nogueira e as agências fomentadoras - Fundunesp e Capes, aos palestrantes, aos músicos e aos ouvintes, sem participação de todos não conseguiríamos realizá-lo.
Acreditamos que discutir questões de saúde entre os músicos é uma das muitas questões importantes a serem abordadas no âmbito da Universidade.
Atletas têm em sua carreira profissional apoio de diversos especialistas, até mesmo para escolher a modalidade mais adequada ao seu tipo físico.
Músicos são atletas que utilizam pequenos músculos para tocar e grandes músculos para se manter nas posturas adequadas a cada instrumento; a enorme carga de exercícios e treinamentos técnicos dirige-se à melhor performance possível, muitas vezes prejudicando sua condição geral de saúde. Em casos mais graves, interrompe a carreira.
Nosso objetivo é fazer com que mais profissionais, tanto da área de saúde como de música possam se apropriar de forma mais consistente de informações que levem à conscientização sobre as possíveis disfunções, bem como melhorar a abordagem terapêutica e possibilidade de tratamentos preventivo.
Essa preocupação é latente em várias instâncias, apesar de tão poucos dados e pesquisas realizadas a partir de nossa realidade brasileira.
Lembro que este é apenas o primeiro; e que nestes 2 dias a expectativa de abordar os muitos assuntos relacionados ao tema com certeza poderá demandar a realização de outras iniciativas.
A partir de hoje publicaremos os resumos das palestras, bem como os contatos dos expositores. Esperamos que, a partir disso, possamos continuar as discussões, trocar ideias e tirar dúvidas que possam surgir.

sábado, 15 de outubro de 2011

Cronograma


18 de outubro
9h às 9h30  Abertura
Marcos Pupo Nogueira (Diretor do Instituto de Artes da Unesp), Graziela Bortz (Unesp, Organizadora), Rita Moura (Unifesp, Organizadora)
9h30 às 10h15   Conferência 1: Doenças musculares e ergonomia
Yumi Kaneko, Fisiatra (Sesi): Doenças musculares
10h15 às 11h  Conferência 2: Noções básicas de ergonomia aplicada ao músico  
Andrea Olyntho, Terapeuta Ocupacional (Sesi)
11h às 11h30 Coffee Break
11h30 às 12h30  Mesa redonda 1: O músico perante o adoecimento
Valerie Albright (Unesp, moderadora), Emiliano Patarra (Faculdade Santa Marcelina), Yumi Kaneko (Sesi) e Andrea Olyntho (Sesi)
Almoço
14h às 14h45  Conferência 3: Afinar o movimento, educação do corpo no ensino de instrumentos musicais
Flora Vezzá, Fisioterapeuta (Usp)
14h45 às 15h30  Conferência 4: Doenças vocais, perda auditiva e distonia laríngea
Juvenal Moura, Fonoaudiólogo (Unifesp)
15h30 às 16h Coffee Break
16h às 17h  Mesa redonda 2: O ensino da música e as doenças ocupacionais
Márcia Guimarães (Unesp, moderadora), Flora Vezzá (Usp) e Juvenal Moura (Unifesp)
Dia 19 de outubro
9h às 9h45  Conferência 5: Distonia focal em músicos
Patrícia Aguiar, Neurologista (USP – Ribeirão, Unifesp)
9h45 às 10h30  Conferência 6: Tratamentos para distonia focal em músicos
Rita Moura, Fisioterapeuta (Unifesp)
10h30 às 11h15   Conferência 7:  Estresse e síndrome do pânico
Afonso Galvão, Psicólogo (Universidade Católica de Brasília)
11h15 às 12h30   Mesa redonda 3: O estresse no processo de adoecimento
Rita Moura (Unifesp, moderadora), Afonso Galvão (UnB), Patrícia Aguiar (Unifesp)
Almoço
14h às 14h20  Conferência 8: A rebelião do corpo
Paulo Bellinati, Violonista (Pau-Brasil)
14h25 às 14h45 Conferência 9:Transformação e condicionamento
Marcelo Barboza, flautista
Marcelo Barboza, Flautista (Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo) 
14h45 às 15h45  Mesa Redonda 4: A consciência do adoecimento na profissionalização
Graziela Bortz (Unesp, moderadora), Nahim Marun (Pianista, Unesp), Marcus Bonna (Trompista), Paulo Bellinati (Violonista, Pau-Brasil), Marcelo Barboza (flautista, Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo)

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Albergue no Paraíso e Hotel próximo à Unesp

Albergue
Global Hostel
Rua Eça de Queiroz, 560
Vl. Mariana
www.globalhostel.com.br
Skype: globalhostel
Tel. para reserva: 2308-7401/9784-9326
Preços de R$30 a R$40
Oferecem computador e internet grátis e Wi-Fi
A 10 min. do metrô Paraíso

Hotel Holiday Inn Sumaré
Reservas: 0800 77 01 577
Hotel: (55-11) 3674-7777
Hotel Fax: (55-11) 3674-7779
E-mail: atendimento@holidayexsp.com.br
Horário de chegada: 15h00
Horário de saída: 12h00 PM
A 10 min. de carro do Instituto de Artes da Unesp

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Hotéis

Estes 2 hotéis apresentam tarfas mais interssantes, apesar do EZ ficar um pouco longe da Unesp, com o metrô chega-se facilmente a Universidade. Já o de Higienópolis, fica bem perto, porém é necessário pegar metrô também.

Hotel EZ Aclimação: http://www.ezaclimacao.com.br/
Fica no bairro do Paraííso perto da av Paulista, oferece van (translado) até o metrô. Para chegar a Unesp é necessário pegar metrô até a Sé (linha azul), fazer baldeação para linha (linha vermelha) sentido Barra Funda.

Higienópolis hotel e suites: http://higienopolishotel.com.br/tarifario.shtml
Em Higienópolis, perto da estação de metrô Marechal Deodoro sentido barra Funda (2 estações de metrô até a Unesp).